Saramandaia – quando tudo treme e sai do lugar, os moradores de Bole-Bole já sabem: Dona Redonda vem aí! As pesadas passadas da distinta Evangelina (Vera Holtz) não deixam pedra sobre pedra e abalam as estruturas da cidade. Corre à boca pequena, que seu voluptuoso corpo pesa mais de 250 quilos. Mas ela não liga. Ao contrário, acredita que está em ótima forma e cheia de saúde. Come com muito gosto o que vê pela frente, sem fazer desfeita. E adora quando o apaixonado Encolheu (Matheus Nachtergaele) elogia suas volumosas curvas.
O marido inveja e admira seu infindável apetite. Ele, coitado, sofre do estômago e não tem a mesma disposição para comer que a esposa. Chefe de gabinete da prefeitura, Encolheu é praticamente o consultor meteorológico de Bole-Bole: prevê o tempo de acordo com a dor que sente nos ossos de sua costela. Não erra nunca! Os dois são pais de Bia (Thaís Melchior), a linda namorada de Pedro Vilar (André Bankoff), que lidera, ao lado da irmã Zélia (Leandra Leal) e do amigo João Gibão (Sergio Guizé), o movimento saramandista em prol da troca do nome da cidade. Por não seguir a mesma ideologia dos pais bolebolenses, Bia escuta diariamente os resmungos da mãe.
Tradicionalista ferrenha, Redonda não pode ver Gibão pela frente. É que, além de tudo, o vereador andou tendo umas visões com a distinta senhora e, preocupado, pediu que se cuidasse e comesse menos. Mas quem ousa se meter em sua vida gastronômica? Não há cidadão em Bole-Bole que o faça. Gibão, que só queria ajudar, acabou tornando-se alvo de Redonda, que passou então a caçoar de sua corcunda.
Memória Globo da obra original – os habitantes do fictício vilarejo de Bole-Bole estão mobilizados em torno de um plebiscito para a troca do nome da cidade para Saramandaia. Duas facções promovem uma intensa campanha. O coronel Zico Rosado lidera os “tradicionalistas”, usando justificativas históricas para a conservação do nome original. Os “mudancistas”, liderados pelo coronel Tenório Tavares, têm o apoio do vereador João Gibão, autor do projeto: eles alegam vergonha do nome Bole-Bole, relacionado a um episódio ocorrido com D. Pedro II na cidade.